Páginas

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Crônica


Termina a aula, aleluia. Já são mais de seis horas, hora de se jogar no sofá e quem sabe regredir um pouco, assistindo televisão, jogando joguinhos idiotas, ou mesmo simplesmente não fazer nada.

Amanhã o dia é mais curto, volto pra casa na hora do almoço. Reunião para trabalho, resumo sobre as aulas. Tem tempo, amanhã. Lição de redação: escrever muitos textos. Amanhã já estou ocupado, e hoje tenho uma enorme preguiça mesmo para jantar. Fazer o que?

Lápis, papel, borracha. Muito farelo de borracha do dia anterior, como resultado do estudo de matemática. A folha branca encara nervosamente como sempre, a cabeça está em outro lugar. Talvez na música que se escuta, talvez na cama estendida a menos de um metro. E ao mesmo tempo no compromisso com os instrumentos mencionados.

Sai uma primeira palavra, com letra redondinha, para caprichar. Seguem dois parágrafos confusos ainda com mesma característica. No terceiro, cai a ficha de que o texto produzido será passado para o Word, depois impresso. A letra relaxa, a ponto de o próprio autor não entendê-la.

Seu texto cresce; ganha forma, parece bonito. Resolve reler tudo, para poder se orgulhar de sua produção. Envergonha-se ao perceber erros gramaticais tão toscos. Continua a narrativa, chega ao desenvolvimento. Para esse ponto, a borracha é muito requisitada. Fica nervoso, pinta dúvidas do que escrever para que consiga finalizar tudo, mesmo antes de escrevê-lo.

Quatro parágrafos já foram concluídos, mais um para finalizar. O fechamento se mostra perfeito, e o orgulho só infla. Cinco parágrafos concisos e coerentes. Pega a agenda: foram pedidos sete parágrafos, no mínimo uma folha frente e verso preenchida. Começa a enrolar,alterar o pronto, acrescentar detalhes. O texto acaba perdendo sentido, o autor se enfurece.

Mais uma hora de trabalho árduo. Termina por fim sua “obra prima”. Sete parágrafos; uma folha. Intitula, assina, apresenta aos colegas. Só falta digitar, afinal perto da forma o conteúdo é irrelevante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário